Sem apoio da esquerda, CPMI do Roubo dos Aposentados é protocolada no Congresso

Comissão deve apurar fraudes bilionárias em benefícios do INSS; pedido reuniu apoio suficiente de deputados e senadores

Foto:Assessoria

A criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Roubo dos Aposentados foi oficialmente protocolada nesta segunda-feira (12) no Congresso Nacional. O pedido foi apresentado pela deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) e pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), com o objetivo de investigar irregularidades em descontos aplicados diretamente nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A proposta obteve um número expressivo de assinaturas: 223 deputados e 36 senadores endossaram o requerimento, ultrapassando com folga o mínimo necessário — 171 assinaturas na Câmara dos Deputados e 27 no Senado. No entanto, o pedido foi protocolado sem o apoio da bancada de esquerda, que decidiu não subscrever a iniciativa até o momento.

Segundo as parlamentares que encabeçam o movimento, a CPMI pretende apurar indícios de fraudes bilionárias que estariam afetando aposentados e pensionistas de todo o país. Entre os alvos da investigação estão descontos não autorizados em folha para serviços como associações, clubes de benefícios e seguros, muitos dos quais são questionados judicialmente.

A gente está falando do dinheiro do aposentado, da pessoa que trabalhou a vida inteira e que hoje é vítima de um esquema que suga seu benefício sem autorização. É inaceitável”, afirmou a deputada Coronel Fernanda. A senadora Damares Alves também reforçou a importância da apuração. “Estamos falando de milhares de vítimas em todo o Brasil. A CPMI será um instrumento fundamental para esclarecer os fatos, identificar os responsáveis e propor soluções legislativas”, disse.

Embora o foco da comissão seja técnico, o clima político ao redor da CPMI já revela um ambiente de polarização. Parlamentares da base governista e de partidos de esquerda afirmam que, embora reconheçam a gravidade do tema, a proposta tem sido usada para fins políticos por setores da oposição. Por isso, optaram por não apoiar o requerimento, ao menos neste primeiro momento.

Com o protocolo feito, a instalação da CPMI depende agora da leitura do pedido em sessão do Congresso Nacional, que deve ser conduzida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em seguida, será definida a composição da comissão e seu plano de trabalho.

A expectativa é que, uma vez instalada, a CPMI tenha 180 dias para realizar audiências, colher depoimentos e solicitar documentos, com possibilidade de prorrogação. O resultado da investigação pode culminar em propostas de mudanças na legislação previdenciária e em responsabilizações civis e criminais.

A criação da CPMI do Roubo dos Aposentados surge em um momento de crescente preocupação com os direitos dos beneficiários do INSS. Em 2024, o Tribunal de Contas da União (TCU) já havia apontado falhas no controle de descontos em benefícios, recomendando maior fiscalização por parte do governo federal.

      Por Inova News | 13 de maio de 2025      

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