Associações ligadas ao irmão de Lula e ao irmão de um deputado do PT, ficam de fora das investigações do INSS

Entidades que mais arrecadaram ficaram de fora dos processos de responsabilização do INSS, entre elas a de Frei Chico irmão do presidente Lula.

Foto: Reprodução redes sociais

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deflagrou nesta semana uma ofensiva contra 12 associações acusadas de fraudes bilionárias em descontos indevidos sobre aposentadorias em todo o país. No entanto, a ação tem levantado questionamentos por ter deixado de fora entidades com fortes vínculos políticos — justamente aquelas que mais arrecadaram com as contribuições descontadas dos beneficiários.

Entre as organizações poupadas pela ofensiva estão o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), ligado a Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), o Sindnapi foi a terceira entidade que mais arrecadou entre 2019 e 2024 com os descontos em folha de aposentados, atingindo um faturamento que saltou R$ 100 milhões em apenas três anos.

Outro caso que chama atenção é o da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), que registrou um aumento impressionante de 57.000% nos valores descontados dos aposentados entre 2019 e 2023, segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU). A entidade tem ligações com o ex-ministro da Previdência do governo Bolsonaro, José Carlos Oliveira (PSD), e aparece como a segunda maior arrecadadora no período analisado.

No topo do ranking está a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), presidida por Aristides Veras Santos, irmão do deputado federal Carlos Veras (PT-PE). Segundo a CGU, a Contag acumulou R$ 2 bilhões em descontos de aposentadorias entre 2019 e 2024. Ainda assim, também foi poupada pelo INSS nesta primeira leva de processos administrativos abertos no dia 5 de maio.

A decisão de excluir essas entidades das investigações iniciais causou ruído no meio político. Na terça-feira (6), a CGU anunciou que assumirá a condução dos processos, alegando a necessidade de “garantir a uniformidade, harmonia e coesão” das apurações. Nos bastidores, a medida é interpretada como uma tentativa de blindar o processo de possíveis interferências e críticas à parcialidade do INSS.

O caso tem gerado forte repercussão nas redes sociais e no Congresso. Em vídeo publicado também nesta terça-feira, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) acusou a esquerda de tentar distorcer os fatos e responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo escândalo. O parlamentar destacou que o governo Bolsonaro chegou a sancionar uma lei com o objetivo de impedir descontos não autorizados diretamente nos benefícios do INSS — norma que, segundo ele, foi alvo de oposição intensa por parte de setores ligados ao atual governo.

Nikolas também apresentou uma linha do tempo com os principais marcos do esquema, ressaltando que a maior parte do crescimento das arrecadações suspeitas ocorreu durante os últimos anos de gestão petista, enquanto entidades com ligações políticas foram “blindadas” na lista de investigação inicial.

Veja o Vídeo

A sociedade e os órgãos de controle agora acompanham com atenção os próximos passos da CGU e do INSS, à espera de uma apuração completa e imparcial sobre o escândalo que atingiu diretamente milhões de aposentados e pensionistas em todo o Brasil.

      Por Inova News | 07/05/2025      

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