Inquérito sobre suposta tentativa de golpe tem início no STF com depoimentos de testemunhas

A Corte determinou que jornalistas não poderão tirar fotos nem gravar trechos dos depoimentos durante a sessão

Reprodução/Paulo Figueiredo

Começam nesta segunda-feira, 19 de maio, as oitivas de testemunhas no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado, investigada no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). Os depoimentos serão colhidos pela 1ª Turma da Corte e fazem parte da fase inicial do processo, conhecido como "núcleo um", que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos acusados.

Conforme decisão do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, a imprensa não terá autorização para registrar imagens ou gravar trechos das sessões, que ocorrerão sob sigilo parcial. A restrição visa preservar a integridade das investigações em curso.

Entre os depoentes desta segunda-feira estão nomes de destaque no cenário político e militar. Um deles é o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que teria sido alvo de pressões para aderir ao plano investigado. Outro nome relevante é o do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também arrolado como testemunha.

A lista divulgada pelo STF inclui os seguintes nomes para prestar depoimento:

  • Éder Lindsay Magalhães Balbino, testemunha também indicada pela defesa de Walter Braga Netto;
  • Clebson Ferreira de Paula Vieira;
  • Adiel Pereira Alcântara;
  • Ibaneis Rocha Barros Júnior, que também figura como testemunha da defesa de Anderson Torres e poderá escolher o horário do depoimento, entre 15h e 19h, conforme previsto no artigo 221 do Código de Processo Penal;
  • Marco Antônio Freire Gomes, citado nas defesas de Mauro Cid, almirante Almir Garnier, Jair Bolsonaro e Paulo Sérgio Nogueira;
  • Carlos de Almeida Baptista Júnior, incluído como testemunha pelas defesas de Almir Garnier, Jair Bolsonaro e Paulo Sérgio Nogueira.

 

Sobre as acusações

Bolsonaro e outros sete acusados tornaram-se réus em março deste ano e respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Relação de réus na ação

Jair Bolsonaro, o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa; o general Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional; Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF; o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; o general Paulo Sérgio Nogueira, também ex-ministro da Defesa; e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e colaborador das investigações.

Os advogados de Jair Bolsonaro solicitaram ao STF na última sexta-feira, 16, o adiamento dos depoimentos, com a justificativa de que o volume de provas ultrapassa 40 terabytes e de que há dificuldades técnicas para baixar todos os arquivos.

“Em uma conta simples, considerando uma velocidade de internet de 500 Mbps, só o download dos arquivos compactados demoraria quase 178 horas de trabalho ininterrupto. Mais de uma semana. Portanto, o efetivo acesso ao material probatório inserido nos links só será possível depois de iniciada as audiências”, explicou a defesa.

Depoimentos ao STF não podem ser gravados

Por determinação do STF, a imprensa está proibida de gravar qualquer trecho das audiências relativas à instrução do processo relativo à suposta tentativa de golpe.

Será proibido gravar e reproduzir qualquer áudio ou imagem das audiências das testemunhas, com base no artigo 210 do Código de Processo Penal”, afirmou o STF. “Por este motivo, também não será permitido o credenciamento ou o ingresso de fotógrafos e cinegrafistas.”

      Por: Inova News      

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