Marco Rubio, anunciou nesta quarta-feira (28), novas políticas de restrições a autoridades 'coniventes com a censura'

As regras serão aplicadas “a autoridades e pessoas estrangeiras que sejam coniventes com a censura de norte-americanos”

Imagem:  [Jonathan Ernst/Reuters]

O Supremo Tribunal Federal (STF) entrou em estado de alerta diante da crescente pressão internacional e da possibilidade real de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. O motivo: ordens de bloqueio e censura direcionadas a plataformas digitais norte-americanas, como a Rumble e a Truth Social — esta última ligada ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O advogado Martin De Luca, que representa ambas as empresas, afirmou que Moraes se tornou réu em processos judiciais nos Estados Unidos após determinar, sem prévia comunicação com o governo norte-americano, a remoção de conteúdos e a restrição da monetização de usuários dessas redes sociais, inclusive cidadãos norte-americanos. De acordo com De Luca, tais ordens não apenas extrapolam fronteiras jurídicas, mas também violam a Constituição dos EUA e tratados internacionais.

"A ausência de defesa por parte do ministro até maio de 2025 indica uma confiança excessiva das autoridades brasileiras na legalidade dessas ações", declarou De Luca. Segundo ele, o processo contra Moraes foi aberto em fevereiro deste ano e pode culminar na aplicação da Lei Magnitsky, mecanismo legal utilizado pelos EUA para sancionar indivíduos envolvidos em corrupção ou violações de direitos humanos.

A Lei Magnitsky permite o bloqueio de bens, a proibição de entrada nos Estados Unidos e o isolamento financeiro global de pessoas listadas como infratoras. O advogado também alertou que essas sanções podem atingir familiares dos sancionados, caso tentem burlar restrições financeiras — o que já ocorreu em outros precedentes internacionais.

"Ao exigir bloqueios e cortes de receita de contas nos EUA, sem qualquer consulta diplomática, o ministro agiu fora dos padrões legais reconhecidos internacionalmente. Nenhum outro ministro do STF fez algo semelhante", reforçou De Luca.

A tensão aumentou ainda mais com a declaração oficial do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, nesta quarta-feira (28), que anunciou uma nova política de restrição de vistos para autoridades e estrangeiros “coniventes com a censura de norte-americanos”. A medida foi interpretada como um recado direto a Moraes e a outros que venham a repetir esse tipo de prática.

“Seja da América Latina, da Europa ou de qualquer outro lugar, os dias de tratamento passivo para aqueles que atentam contra os direitos dos norte-americanos acabaram”, escreveu Rubio em publicação na plataforma X (antigo Twitter). A mensagem foi repercutida pela embaixada dos EUA no Brasil, com tradução para o português.

Nos bastidores de Brasília, o caso tem causado apreensão. Embora o STF não tenha se manifestado oficialmente até o momento, interlocutores do tribunal admitiram à reportagem do Inova News que a situação é vista como “sem precedentes” e que a hipótese de sanções contra um membro da Suprema Corte brasileira é considerada “gravíssima”.

Além disso, De Luca foi categórico: outros ministros do STF também poderão ser alvos de sanções semelhantes caso adotem práticas como as de Moraes. “A censura a cidadãos norte-americanos por meios secretos é uma violação direta de direitos fundamentais protegidos pela Constituição dos EUA. O alerta já foi dado”, concluiu.

A escalada do conflito entre o Judiciário brasileiro e autoridades dos Estados Unidos acende um sinal de alerta na diplomacia nacional. As próximas semanas serão decisivas para saber até onde essa crise internacional pode escalar — e quais consequências políticas e institucionais ela trará ao Brasil.

      Por: Inova News      


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