STF: Moraes recua e revoga prisão domiciliar de traficante procurado pela Espanha

Ministro havia imposto medida após atrito diplomático, mas voltou atrás ao constatar que acusado não possuía endereço fixo no Brasil

Reprodução: Tv Justiça

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou nesta quarta-feira, 23, a prisão domiciliar do búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, acusado de envolvimento com o tráfico internacional de drogas e procurado pelas autoridades da Espanha. O recuo do magistrado ocorreu após a constatação de que Vasilev não possui residência fixa no Brasil, o que inviabiliza o cumprimento da medida em regime domiciliar.

Preso no território brasileiro a pedido do governo espanhol, Vasilev havia recebido o benefício da prisão domiciliar por decisão de Moraes, em meio a um contexto de tensão diplomática entre Brasil e Espanha. Em 15 de abril, o ministro Alexandre de Moraes decidiu suspender a prisão preventiva e o processo de extradição de Vasil Georgiev Vasilev, após a Espanha negar o pedido de extradição de Oswaldo Eustáquio — influenciador e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por suposto crimes contra o regime democrático. Moraes interpretou a negativa como uma quebra do princípio da reciprocidade entre os países e solicitou esclarecimentos ao governo espanhol, que até o momento não respondeu.

No entanto, com a constatação da inexistência de um endereço fixo onde o acusado pudesse cumprir a medida, Moraes optou por revogar sua própria decisão. “A inexistência de domicílio certo impossibilita a execução da prisão domiciliar nos moldes estabelecidos”, justificou o ministro em novo despacho.

Sobre o acusado

Vasilev é acusado pelas autoridades espanholas de integrar uma organização criminosa voltada ao tráfico de entorpecentes na Europa. Após sua prisão em solo brasileiro, o governo da Espanha formalizou o pedido de extradição, que segue em trâmite no STF.

A defesa do búlgaro ainda não se manifestou sobre a revogação da medida. Fontes próximas ao processo indicam que a Procuradoria-Geral da República deve emitir parecer nas próximas semanas sobre a viabilidade da extradição.

A decisão de Moraes reaquece o debate sobre o uso político de medidas judiciais em contextos de atrito internacional e coloca novamente sob os holofotes a atuação do STF em casos com potencial repercussão diplomática.

      Por: Inova News      

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