Governo à deriva: Congresso Nacional derruba decreto do IOF e impõe derrota ao planalto

Foram 383 votos favoráveis e 98 contrários em sessão semipresencial na Câmara e votação simbólica no Senado.

Imagem Reprodução

Em uma votação relâmpago, o Congresso Nacional impôs uma dura derrota ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao derrubar, na noite desta quarta-feira (25), o decreto que elevava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida representa mais do que um revés fiscal — escancara o crescente desgaste da articulação política do Planalto com o Legislativo.

A rejeição foi consumada em tempo recorde. Na Câmara dos Deputados, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/2025 foi aprovado com ampla maioria: 383 votos a favor, 98 contrários e uma abstenção. Minutos depois, o Senado Federal confirmou a decisão de forma simbólica, selando a revogação do Decreto 12.499/25, editado em 11 de junho.

O texto agora segue para promulgação, encerrando uma tentativa do governo de manter parte do aumento do IOF mesmo após ter recuado parcialmente no início de maio, diante da pressão do Congresso.

Reação imediata no Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou a votação em sintonia com a Câmara:
"Em cumprimento a um compromisso político e institucional assumido com a Câmara dos Deputados, o texto será pautado como próximo item a ser apreciado, tendo o senador Izalci Lucas (PL-DF) como relator", declarou.

Insatisfação crescente

A movimentação do Legislativo é reflexo da insatisfação generalizada com os constantes aumentos de carga tributária propostos pelo governo federal. Mesmo deputados da base aliada demonstraram desconforto com o decreto, pressionando o presidente da Câmara, Hugo Motta, a colocar o PDL em votação. A urgência da medida já havia sido aprovada em 16 de junho.

Apesar de tentativas do Planalto em flexibilizar o texto original e atender parte das demandas dos parlamentares, as mudanças não foram suficientes para conter o desgaste político.

Contexto delicado

A derrota ocorre em um momento sensível para o governo. Com o recesso parlamentar se aproximando e o Congresso imerso em um cenário de sessões remotas, festas juninas e pedidos de instalação de CPIs, o ambiente político é de crescente impaciência e autonomia em relação ao Executivo.

O episódio reforça a percepção de que o governo Lula enfrenta dificuldades de articulação, mesmo com maioria formal no Congresso. A derrubada do decreto do IOF é mais um capítulo de uma série de embates entre o Planalto e o Legislativo que têm se intensificado desde o início do ano.

Repercussão

Nos bastidores, líderes partidários avaliam que a decisão desta quarta-feira marca um ponto de inflexão na relação entre os Poderes. A expectativa é de que o governo repense sua estratégia de envio de medidas tributárias sem diálogo prévio com as bancadas.

Analistas políticos já apontam o episódio como um sinal de alerta para o Palácio do Planalto: ou há uma mudança na condução política, ou novas derrotas poderão comprometer a agenda econômica do governo.

      Por: Inova News           


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