Senado pauta aumento de deputados, às vésperas do fim do prazo dato pelo STF

Proposta eleva número de parlamentares para 531 a partir de 2026 e pode gerar custo anual de R$ 64,4 milhões aos cofres públicos

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

O Senado Federal deve analisar nesta quarta-feira (26/6) o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 177/2023, que propõe o aumento do número de deputados federais de 513 para 531 a partir das eleições gerais de 2026. A votação ocorre às vésperas do fim do prazo determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a redistribuição das cadeiras da Câmara com base no Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A proposta, de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ), surge como resposta à decisão do STF que obriga o Congresso a revisar, até o dia 30 de junho, o número de representantes por estado conforme os dados atualizados da população. Se o projeto não for aprovado dentro do prazo, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinar como será feita a redistribuição das bancadas.

A medida, no entanto, tem gerado polêmica. Para evitar a redução do número de deputados em estados que perderam população, como indicaria a aplicação direta dos critérios do STF, o projeto opta por ampliar o total de cadeiras na Câmara, preservando os atuais parlamentares e criando 18 novas vagas. A direção-geral da Câmara estima que essa ampliação custará cerca de R$ 64,4 milhões adicionais por ano ao orçamento da União.

Se aprovado, o PLP 177/23 beneficiará diretamente as bancadas dos seguintes estados:

  • Pará: de 17 para 21 deputados;
  • Santa Catarina: de 16 para 20 deputados;
  • Amazonas: de 8 para 10 deputados;
  • Mato Grosso: de 8 para 10 deputados;
  • Rio Grande do Norte: de 8 para 10 deputados;
  • Ceará: de 22 para 23 deputados;
  • Minas Gerais: de 53 para 54 deputados;
  • Goiás: de 17 para 18 deputados;
  • Paraná: de 30 para 31 deputados.

O relator do projeto no Senado é o senador Marcelo Castro (MDB-PI), que tem enfrentado resistência para angariar apoio entre os colegas. Fora do Congresso, a proposta é vista como impopular por parte da sociedade civil e especialistas, que criticam o aumento de gastos públicos em um momento de pressão fiscal.

A movimentação do Senado será decisiva para o futuro da composição da Câmara dos Deputados. A expectativa é de que, com o prazo do STF prestes a se encerrar, os senadores se posicionem ainda nesta semana, encerrando uma discussão que tem despertado debates sobre representatividade, justiça federativa e responsabilidade fiscal.


      Por: Redação Inova News      

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem